Nos últimos meses, o nome de Thiago Ávila voltou aos noticiários por dois motivos diferentes. O primeiro envolve agricultores ligados ao MST, acusando-o de calote.
Segundo reportagens da revista Veja, eles acusam o ativista de não repassar valores de vendas feitas por meio de sua intermediação.
Esses agricultores, que atuam em assentamentos da reforma agrária, relatam prejuízos financeiros e ausência de retorno. Ávila nega todas as acusações e afirma que não cometeu qualquer irregularidade.
Até agora, não há registro de ação judicial formal. Mesmo assim, o caso gerou desconforto e críticas dentro de setores da militância social.
Viagem à Gaza termina com deportação
No início de junho de 2025, ele participou de uma flotilha com destino à Faixa de Gaza. O objetivo declarado era levar ajuda humanitária e chamar atenção para a situação da população palestina.
No entanto, o barco foi interceptado pela Marinha de Israel antes de chegar ao destino. Os tripulantes foram levados a uma prisão e Ávila, segundo relatos da família, passou três dias em cela isolada.
Durante esse período, ele se recusou a assinar documentos de deportação. O ativista alegou que foi sequestrado e mantido em condições precárias. No dia 12 de junho, Ávila foi deportado de Israel e proibido de voltar ao país por 100 anos.
Atitudes e falas controversas
A participação de Ávila na flotilha gerou repercussão, mas também críticas. Muitos viram na missão uma tentativa clara de provocar uma reação israelense com fins midiáticos.
Ele sabia da existência do bloqueio marítimo e das chances de ser detido. Mesmo assim, seguiu adiante.
Outro ponto que causou desconforto foi sua recusa em assistir aos vídeos do massacre do Hamas contra civis israelenses em 7 de outubro de 2023.
Durante entrevistas, ele evitou comentar sobre os ataques e focou apenas nas críticas a Israel. Para alguns analistas, essa escolha demonstra um posicionamento seletivo diante de um conflito complexo.
Em outubro de 2023, Ávila participou de um debate com André Lajst, presidente da Stand With Us Brazil, ong que promove o diálogo e conscientização acerca das questões envolvendo Israel e seus vizinhos, bem como o combate a desinformação e ao antissemitismo, ocorrido no podcast Inteligência Ltda, apresentado por Rogério Vilela.
Na ocasião, quando questionado sobre governos autoritários, Thiago elaborou respostas indiretas e inconclusivas sobre regimes como Venezuela, Irã e China. Afirmou porém, que não considera a França uma democracia.
Essas declarações geraram críticas nas redes sociais. Muitos apontaram contradições em seu discurso, que se apresenta como defensor dos direitos humanos, mas evita condenar regimes alinhados à sua visão ideológica.
Ativismo ou estratégia midiática?
A atuação de Thiago Ávila levanta questionamentos. É possível reconhecer seu engajamento com causas sociais. Porém, suas escolhas recentes indicam um estilo de ativismo que aposta na exposição pública.
A missão à Gaza, acompanhada de ativistas como Greta Thunberg, somada às polêmicas declarações, fortalece essa impressão. Ávila se coloca no centro de narrativas polarizadas e se posiciona como vítima no Brasil e no exterior.
