O partido Missão anunciou nesta quinta-feira 26 de Junho de 2025 a conclusão da fase de coleta e validação das assinaturas necessárias para a criação oficial da legenda.
De acordo com o TSE, foram reunidas e certificadas 547.042 assinaturas em todos os estados da Federação, cumprindo os critérios estabelecidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Com a entrega da documentação completa, o pedido segue agora para julgamento no plenário da Corte, que analisará o processo e decidirá, em data a ser definida, se o partido poderá obter o registro definitivo e, assim, disputar as eleições de 2026.
Entrevista com Saulo Modesto, colaborador da Missão
Como foi a sua aproximação com o MBL?
O MBL entrou na minha vida quando percebi que a polarização entre Lula e Bolsonaro não fazia sentido para mim. Já acompanhava vídeos do Kim e do Guto e me sentia representado. A história do impeachment me motivou a querer fazer parte do movimento. Trabalhando como estagiário na Secretaria do Meio Ambiente, percebi o funcionamento falho do sistema e a falta de oportunidades para jovens, o que me deixou indignado. Foi nessa época que, por acaso, vi uma live do Arthur convocando coletores para o Partido Missão e decidi me alistar, atraído também pela oportunidade de trabalho.
Como foi o início da sua jornada como coletor da Missão?
No primeiro dia, coletei assinaturas apenas de parentes e vizinhos e percebi que a maioria das pessoas era indiferente à política. Isso me incomodou e me motivou a estudar melhor as propostas do partido. Já no segundo dia, consegui 42 assinaturas e passei a me dedicar cada vez mais. Aos poucos, bati recordes — cheguei a 77 assinaturas em um único dia — e percebi que uma semana de coletas rendia mais que um mês de estágio. Foi aí que decidi largar o estágio e, com os bons resultados, acabei sendo convocado para a casa dos coletores em Natal, em uma mudança que aconteceu muito rápido.
Quais eram as maiores dificuldades do processo de coleta em Natal-RN?
Em Natal, a dinâmica da coleta era bem diferente e tive que me adaptar rápido. Apesar de bons resultados iniciais — como o dia em que coletei 77 assinaturas logo depois de ter a bicicleta roubada —, com o tempo os pontos saturaram, pois muita gente já havia assinado. Essa repetição tornou o trabalho mais difícil e estressante, mas serviu de aprendizado para mim e para a equipe.
Quais são os seus planos junto ao Partido Missão daqui para frente?
Quando terminamos o trabalho em Natal, fiquei bem aliviado. Tive a oportunidade de viajar com colegas que se tornaram verdadeiros irmãos de coleta até São Paulo, de carro, para participar do 10º Congresso Nacional do MBL. Apesar dos perrengues, a viagem e o congresso foram uma experiência incrível que jamais vou esquecer. Atualmente, sou aluno da Academia MBL e pretendo fazer de tudo, junto com meus amigos de núcleo, para que o movimento e o Partido Missão cresçam e se tornem fortes na região Norte.
Próximos desafios do partido e a cláusula de barreira
Caso o registro da legenda seja aprovado, o partido ainda terá que superar a cláusula de barreira. Instituída para conter a fragmentação partidária, a norma determina que a sigla alcance, no mínimo, 2.5% dos votos válidos para a Câmara dos Deputados em pelo menos um terço dos estados, com pelo menos 1.5% em cada um. Como alternativa, pode eleger 13 deputados federais em nove unidades da Federação. O cumprimento dessas exigências é fundamental para garantir acesso ao Fundo Partidário, tempo de propaganda gratuita e maior representatividade no cenário nacional.
O TSE ainda não divulgou o prazo para o julgamento, mas a expectativa da sigla é que o desfecho ocorra nos próximos meses.
