Nadine Heredia, esposa do ex-presidente Ollanta Humala, que governou o país entre 2011 e 2016, recebeu asilo no Brasil após ser condenada por corrupção.

A justiça peruana condenou o casal a 15 anos de prisão. Investigações concluíram que eles receberam US$ 3 milhões da Odebrecht e mais US$ 200 mil do ditador venezuelano Hugo Chávez. O dinheiro era para financiar campanhas presidenciais.
Como se não bastasse, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, defendeu a vinda de Heredia para o Brasil e o uso de avião da FAB. Segundo Vieira, o uso do veículo da Força Aérea Brasileira se justifica pela urgência em trazer Heredia.

Numa trágica sincronia do destino, enquanto Heredia pega carona com o avião da FAB, o Itamaraty, nesta quinta-feira (26), nega responsabilidade pelo translado restos mortais da brasileira que morreu na Indonésia.
Juliana, que passou dias agonizando até a morte, e sua família, entretanto, não receberam a mesma compaixão que acometeu Mauro Vieira ao classificar como urgente o resgate de uma condenada por corrupção.
E menos ainda da pena que tocou o coração da nossa primeira-dama, Janja, ao ver a égua caramelo em cima de um telhado, nas enchentes do Rio Grande do Sul, moveu a máquina estatal para resgatar-lá — égua essa, que, ao ser resgatada, não aceitou a troca indevida de gênero imposta, afirmando categoricamente que era um cavalo.
Enfim, esse é o governo do amor, em que os seus próprios cidadãos são deixados de lado em favor de corruptos amigos do rei e de momentos para sair bem na foto.
