O Congresso Nacional aprovou nesta terça-feira (18) um aumento de R$ 168 milhões no Fundo Partidário para o ano de 2025, elevando o valor total para R$ 1,368 bilhão. A medida foi possível após a derrubada de um veto presidencial que tentava impedir esse acréscimo, sob justificativa de controle dos gastos públicos.
O que chama a atenção na votação é que, mais uma vez, tanto deputados da direita quanto da esquerda caminharam juntos quando o assunto envolve dinheiro público para financiar partidos. Parlamentares como Nikolas Ferreira (PL) e Tabata Amaral (PSB), que em diversas pautas se colocam em lados opostos, dessa vez votaram a favor do aumento do fundão.
Na contramão da maioria, o deputado Kim Kataguiri (União Brasil-SP) foi um dos poucos a votar contra o aumento. A decisão ocorre em meio a críticas que ele e o Movimento Brasil Livre (MBL) vêm recebendo nas redes sociais, após a revelação de que usaram recursos do fundo eleitoral nas eleições de 2024 — algo que o próprio grupo sempre criticou no passado.
Apesar das acusações e da pressão, Kim manteve sua coerência na votação, se posicionando contra o aumento do fundo. Ele argumentou que o uso de recursos públicos para financiar partidos e campanhas aprofunda o distanciamento da classe política da sociedade e perpetua estruturas que favorecem os grandes partidos.
O aumento beneficia diretamente legendas de todos os espectros, como PL, que receberá R$ 23,8 milhões a mais, e o PT, que terá um acréscimo de R$ 18,8 milhões em seus repasses.
A decisão reacende o debate sobre o financiamento público de campanhas e sobre como, independentemente do discurso, boa parte dos políticos, sejam de direita ou de esquerda, se une na hora de aprovar mais dinheiro para suas siglas.
A lista completa com a indicação de como votou cada parlamentar está disponível no portal do Congresso Nacional.