Esta semana trouxe sinais claros sobre os rumos da direita brasileira. Embora Bolsonaro ainda concentre parte significativa da base conservadora, seu desgaste é evidente. Desde os tempos da Lava Jato, as manifestações que orbitam sua figura perderam a força. O slogan “imbrochável” já não arrasta multidões como antes, e o discurso que se repete há quase uma década mostra os limites de um projeto político sem renovação, cercado por contradições e sem imaginação para enfrentar os desafios do país.
Na contramão desse desgaste, surge a Missão, nome do futuro partido do MBL. Mesmo sem ainda existir formalmente — faltando apenas um trâmite burocrático — o grupo já se destaca pela ousadia e inovação. Criaram uma revista de cultura, uma editora com produção de livros, uma academia de formação de novos políticos, realizam lives com mais de 10 mil pessoas simultaneamente, e contam com um verdadeiro exército de perfis nas redes sociais. Além disso, preparam o lançamento do “Livro Amarelo”, estatuto que funcionará como uma espécie de “constituição”, com diagnósticos e propostas para o Brasil.
Em contraste com a velha direita, baseada no culto à personalidade e na repetição de slogans, a nova direita do MBL aposta em organização, formação, presença digital e projetos concretos — como o pedido de doações para levar água e agricultura ao interior do Nordeste, desafiando diretamente a lógica de compra de votos que ainda domina muitas regiões do país.
O cenário está em movimento. Resta saber: qual direita vencerá? A velha, que se agarra ao passado e repete ações? Ou a nova, que propõe protagonismo, ousadia e construção de um futuro diferente?
O tempo,irá responder.