Este artigo não tem como objetivo defender milionários ou bilionários, especialmente porque, no Brasil, muitos dos que alcançaram esse patamar o fizeram graças a monopólios e lobby político. Duvida? Basta observar as famílias dos principais políticos do país e as empresas multibilionárias que nasceram de empréstimos subsidiados pelo governo.
Mas uma coisa precisa ser dita: dobrar a aposta no erro nunca foi solução. A expulsão silenciosa dos nossos milionários pode até parecer uma consequência natural de uma economia disfuncional, mas começa a se desenhar como parte de um plano mais profundo.
Afinal, para a esquerda, isso seria um erro… ou seria exatamente o plano?
A narrativa de que “ricos não deveriam existir”
Há uma lógica por trás da esquerda vender a ideia de que os ricos são culpados por tudo — ao mesmo tempo em que eles próprios fazem parte da elite econômica.
Desde a Revolução Industrial — a única revolução que realmente transformou a humanidade — a qualidade de vida da população vem melhorando consistentemente. Dados históricos mostram como a pobreza mundial caiu justamente no período em que o número de pessoas ricas aumentou. Em outras palavras: há mais ricos porque pessoas antes pobres estão enriquecendo.

É claro que a esquerda sabe disso. E se essa lógica é verdadeira, políticas e narrativas que afastam ou punem os mais ricos deveriam ser evitadas, certo?
Nem sempre.
O plano vai além da economia
A saída dos milionários não é apenas uma falha econômica — pode ser parte de uma estratégia política. Veja por quê:
- Os mais pobres votam majoritariamente em candidatos de esquerda. Em eleições municipais, essa tendência se intensifica com o fortalecimento do centrão, que se beneficia da dependência das camadas mais vulneráveis da população. Esse cenário facilita, principalmente no Nordeste, a perpetuação de famílias oligárquicas no poder, sustentadas por estruturas clientelistas e assistencialistas.
- Afastar os ricos fortalece os monopólios daqueles que já têm acesso ao lobby e alianças políticas. Em vez de uma economia competitiva, cria-se um ambiente onde apenas os “amigos do rei” prosperam, mantendo o poder concentrado e dificultando qualquer renovação econômica ou política. Podemos citar nomes: Luciano Hang (ala Bolsonaro) e Luiza Trajano (ala Lula), que se uniram para defender a taxação das “blusinhas”, protegendo seus negócios em comum. O mesmo vale para os irmãos Batista (com monopólios no setor de frigoríficos e agora na energia do Norte/Nordeste) e Rubens Ometto, que domina o setor de etanol e se beneficiará da mudança que aumentará de 27% para 30% a mistura de álcool na gasolina.
- Criar uma classe “culpada” para esconder os próprios erros. Essa é a jogada perfeita: o governo erra, mas culpa “os ricos”, e o povo aplaude. Enquanto isso, o país afunda na desinformação e na dependência do Estado.

O custo da divisão social
A pergunta que fica é: até quando essa narrativa terá efeito?
Qual será o preço de estimular a divisão de classes e desmotivar as pessoas a serem protagonistas de suas próprias vidas?
Hoje, 1/3 dos brasileiros são dependentes do Estado, basicamente entregaram ao governo a responsabilidade por sua sustentabilidade — e, muitas vezes, por seus vícios também.
Esse cenário não é acidental. É planejamento. E é também a condenação de uma geração inteira.