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O cordel que atravessa gerações no nordeste

Uma arte que nasceu para ser simples, mas atravessou gerações e continentes. Conheça o poder oculto do cordel e a história de J. Borges

atualizado há

10 horas atrás
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Livretos de cordel expostos no Centro de Artesanato de Pernambuco, em Recife. Créditos: Ana Karolina Rocha (@Ana_karolina_rsilva)

Os cordéis são pequenos livretos coloridos, que normalmente são encontrados pendurados em linhas de barbante. Por dentro, carregam uma estrutura totalmente diferente daquilo a que estamos acostumados e são reconhecidos por suas histórias cheias de humor, rimas e estrofes, com uma linguagem popular que preserva expressões regionais.

O cordel surgiu como uma forma de contar histórias para a população não letrada, de maneira mais acessível e barata, sendo vendido em feiras, praças e vilarejos. Com seus versos simples e um visual marcante, chamou a atenção do povo e logo se espalhou, ganhando popularidade. É o que destaca a doutora em Língua Portuguesa, Amanda Muniz da Silva, em artigo publicado em 2023 pela PUC-SP.

O surgimento da literatura de cordel tem origem nos costumes de poetas medievais portugueses, que contavam suas artes em versos. Quando essa prática chegou ao Brasil, ganhou notoriedade e se desenvolveu especialmente no Nordeste, como também aponta a autora. Surgiram grandes cordelistas, entre eles Patativa do Assaré, Ariano Suassuna e José Carmelo de Melo Resende. Esses nomes marcaram a época ao desenvolverem suas próprias narrativas.

A trajetória de J.Borges no Brasil e no mundo

Foto: Reprodução / Instagram @Memorialjborges

Segundo o Portal de Artesanato de Pernambuco, a trajetória de José Francisco Borges vem de Bezerros, no Agreste de Pernambuco. Ele foi cordelista, artista popular e xilogravurista, reconhecido nacional e internacionalmente.

O mestre J. Borges teve seu primeiro contato com o cordel quando ainda era criança através do pai, ele sempre separava um tempo para ler trechos impressos para o garoto. Logo, ele se deixava levar pelas histórias e pela imaginação. Mas as circunstâncias da vida exigiram que o poeta começasse a trabalhar muito cedo. Em 1956, entre diversas atividades, o cordel passou a ser uma forma de sustento, vendido por ele em praças e feiras.

O poeta Olegário Fernandes, em 1964, estimulou J. Borges a criar seu primeiro folheto: “O Encontro de Dois Vaqueiros no Sertão de Petrolina”, que se tornou um sucesso com cerca de 5 mil exemplares vendidos em apenas dois meses. A partir daí, o artista escreveu novos cordéis, desenvolveu suas técnicas em xilogravura e passou a ilustrar as capas de suas próprias obras. Com o tempo, J. Borges ganhou cada vez mais reconhecimento por sua arte e criatividade. Isso o levou a ser conhecido mundialmente e a receber diversos prêmios. Suas xilogravuras foram expostas em museus de prestígio, como o Louvre (França), o Museu de Arte Popular do Novo México (Santa Fé, EUA) e o Museu de Arte Moderna de Nova York (EUA).

O artista faleceu em 2024, aos 88 anos, mas deixou sua marca em cada obra. Seu legado vive em cada verso e arte que criou, J. Borges fez de Pernambuco o berço de uma das maiores expressões da literatura popular e da xilogravura para todo o Brasil e o mundo.

Sobre o autor
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Gisele Nascimento

Estudante de Jornalismo e técnica em Administração, sou uma pernambucana apaixonada pela cultura asiática e pelo poder transformador da comunicação, com o propósito de oferecer ao público informações de qualidade.
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