Dois dias após o prefeito do Cabo de Santo Agostinho, Lula Cabral (Solidariedade), solicitar o envio da Força Nacional para conter a escalada da violência no município, a governadora Raquel Lyra (PSD) respondeu oficialmente ao pedido: “Não vamos encaminhar o pedido de Força Nacional”, afirmou nesta quinta-feira (26).
A declaração foi feita após reunião entre os dois gestores. Raquel explicou que, apesar dos dados apresentados por Lula, o Governo de Pernambuco está comprometido com um plano próprio de segurança pública que, segundo ela, já tem apresentado resultados concretos. “Tivemos uma redução de 12% nos homicídios este ano. As nossas polícias estão prontas para enfrentar a criminalidade, mas com seriedade — não há solução fácil para problema difícil”, pontuou.
A recusa marca o segundo capítulo de uma tensão institucional iniciada com o apelo público feito por Lula Cabral ao Palácio do Campo das Princesas, alegando déficit no efetivo policial e 68 homicídios registrados entre janeiro e maio na cidade. Na ocasião, o prefeito argumentou que o município estava “refém da insegurança” e que a gestão estadual não estaria dando conta da situação.
Raquel Lyra, por outro lado, reiterou confiança nas forças estaduais. Ela citou a convocação de 7 mil policiais militares aprovados em concurso público, dos quais 2.400 já estão sendo preparados para atuação. O plano também prevê reestruturação de carreiras, uso de inteligência artificial, combate ao crime organizado e ampliação de vagas no sistema prisional.
As declarações foram dadas durante o lançamento do programa estadual de apoio às comunidades terapêuticas, que repassará mensalmente R$ 1.500 a entidades que atendem dependentes químicos em Pernambuco.